Depois de romper com o governador Cid Gomes (PSB), o PSDB do Ceará articula para que uma segunda candidatura de oposição seja lançada. A estratégia defendida pelo senador Tasso Jereissati, embasada em pesquisas internas, é dividir a oposição com o intuito de levar a decisão ao segundo turno.
Através de interlocutores, Tasso está estimulando a candidatura do ex-governador Lúcio Alcântara (PR), seu desafeto. Rompido com Lúcio em 2006, na época filiado ao PSDB, Tasso não fez campanha para o candidato, que perdeu no primeiro turno para Cid Gomes (PSB).
O ex-governador Lúcio tem se mostrado disposto a ser candidato, segundo o presidente do PPS e aliado preferencial do PR, Alexandre Pereira.
Na contramão do que defende Tasso, o empresário Beto Studart, o mais cotado para ser o candidato tucano, impõe como condição sair respaldado por um blocão que incluiria DEM, PPS, PR e até o PTB. No final da tarde desta segunda-feira, havia rumores de que ele poderia não entrar mais na disputa.
Numa decisão de última hora, o PSDB convocou nesta segunda-feira os 54 prefeitos do partido para uma reunião de avaliação do novo cenário.
O contato com Tasso, anunciado pelo deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), com o intuito de tentar reverter a decisão dos tucanos não aconteceu, segundo assessores do senador.
- É uma tomada de posição sem retrocesso e é algo que está avançando – disse o presidente estadual do partido, Marcos Penaforte, sobre o plano de candidatura própria.
Nas poucas declarações sobre o assunto, Ciro reconheceu o direito do PSDB de lançar candidato. Disse que ninguém poderia achar isso ruim e que é importante que haja oposição. Como exemplo, citou o caso do governo federal.
- Não é bom o Lula ter todo mundo do lado dele. É ruim porque quando o cabra não tem um cabra dizendo ali que tem uma coisa errada aqui, ou alguma coisa errada acolá, o cara se corrompe. E o Lula precisa (disso).
O Globo
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