quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Dnocs suspende assistência técnica


Icó Sem apresentar justificativa, o Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs) determinou a suspensão das atividades de assistência técnica e de extensão rural realizadas pelo Consórcio Magna/Cetrede em 21 perímetros de irrigação no Nordeste. A decisão unilateral do órgão causou revolta entre os coordenadores, técnicos e produtores rurais. O clima nos perímetros irrigados é de desolação e os produtores rurais planejam realizar manifestações em protesto à decisão.

Hoje, às 14 horas, haverá uma reunião no auditório do Cetrede com os coordenadores regionais que receberão aviso prévio e determinação para recolher veículos e reduzir quase que completamente o trabalho no campo. "Vamos sair com a cabeça erguida, mas expressamos nossa revolta com a decisão do Dnocs que classificamos como o cúmulo da irresponsabilidade", disse o coordenador geral do consórcio Magna/Cetrede, professor Ribamar Furtado.

O Dnocs firmou contrato com o Consórcio Magna/ Cetrede após realização de licitação pública para serviços de assistência técnica e extensão rural em 21 perímetros de irrigação em seis Estados do Nordeste, por um prazo de um ano, no valor de R$ 22,5 milhões. Foram empenhados R$ 7 milhões, mas até ontem somente foi pago valor referente à parcela de março passado, de R$ 1,7 milhão.

As parcelas referentes aos meses de abril a julho estão atrasadas. Apesar de empenhado, o valor de R$ 4,3 milhões ainda não foi liberado. A decisão do diretor geral do Dnocs, Fernandes Neto, de encaminhar, no último dia 31 de julho, ofício ao consórcio determinando a suspensão das atividades de assistência técnica causou surpresa e revolta entre os coordenadores. "Houve reuniões, encaminhamento de pleitos em Brasília e promessa de liberação dos recursos, mas aconteceu essa decisão que consideramos absurda. Existe um contrato que precisa ser respeitado", frisou Furtado.

Ele mostrou preocupação com as milhares de famílias dos produtores rurais que vivem nos perímetros e com os técnicos contratados. "Vamos denunciar à sociedade o que está acontecendo. Não podemos ser coniventes com um descaso desse tamanho". Ele criticou a falta de compromisso do governo para com os irrigantes que vivem num quadro de pobreza, sem condições de irrigar as terras, endividados, com ausência de assistência técnica e com infra-estrutura precária de produção. "Essas famílias precisam viver, se alimentar, mas estão em condições precárias".
Verbas no PAC

Pela falta de recursos para a assistência técnica, o Governo Federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), está investindo R$ 700 milhões para realização de obras de segunda etapa em cinco perímetros irrigados no Ceará e Piauí.

No Ceará, a assistência técnica começou ao mesmo tempo nos perímetros Icó - Lima Campos, Tabuleiro de Russas, Jaguaribe Apodi, Araras Norte, Morada Nova, Baixo Acaraú, Curu Paraipaba e Curu - Recuperação. O consórcio Magna - Cetrede também começou o trabalho junto aos produtores de mais 13 distritos de irrigação nos Estados da Bahia, Piauí, Pernambuco, Maranhão e Paraíba.

Na semana passada, o coordenador estadual do Dnocs, Eduardo Segundo, esclareceu que os recursos dependem de liberação do Ministério da Integração Nacional e informou que o órgão estava fazendo um esforço para obter a liberação da verba e resolver a pendência. "Com certeza, esse atraso traz preocupação para todos nós", disse.

O Jornal
Diário do Nordeste
tentou contato com o diretor de produção do Dnocs, Felipe Cordeiro, que não retornou a ligação telefônica até o fechamento desta edição.
fonte:diario do nordeste

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