terça-feira, 13 de setembro de 2011

Maioria dos pacientes do IJF vem do Interior

A maioria dos pacientes encaminhados ao Instituto Dr. José Frota (IJF), em Fortaleza, vem do Interior. O hospital é a maior unidade de urgência e emergência do Ceará, mantido com verbas da Prefeitura de Fortaleza, mas a falta de estrutura da Saúde nos outros municípios cearenses causa a superlotação e a elevação de custos.
A equação entre receita e custeio não é positiva no IJF, na comparação entre a arrecadação municipal e o valor mensal para bancar o hospital. De acordo com o superintendente do IJF, Casemiro Dutra, a mensalmente o hospital custa cerca de R$ 17,7 milhões - valor que chegaria por ano em torno de R$ 212,4 milhões. O valor é superior à arrecadação da Prefeitura de Fortaleza com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Ano passao o IPTU rendeu 159,7 milhões ao tesouro municipal.
Inclusive Casemiro ressaltou que se a Copa já estivesse acontecendo, o IJF não teria condições atender a demanda.
53% x 47%
Casemiro afirma que 53% dos pacientes são oriundos do Interior e 47% da Capital. Atualmente ao ano são atendidos 150 mil pacientes e 12.500 no mês. Com essa sobrecarga o Frotão não consegue se programar para oferecer atendimento de forma mais ágil, segundo o superintendente do IJF.
Casemiro, por sua vez, afirma que com a inauguração do Hospital Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte, e o projeto de construção de um Hospital Regional na Grande Fortaleza podem desafogar os corredores do Frotão. Também está sendo construído um Hospital Regional na Zona Norte, em Sobral. Antes da inauguração do Hospital Regional do Cariri, porém, o Governo do Estado não tinha nenhum hospital no Interior.
O gestor do IJF aponta ainda a falta de investimento na saúde dos prefeitos da cidades do Interior como o principal motivo para a atual situação do hospital. "Para os prefeitos dessas cidades é mais barato comprar três ambulâncias a ter que investir na construção de um hospital", desabafa Casemiro. Outros pontos que elevam a superlotação nos corredores do Frotão é a falta de rigor sobre trânsito em municiípios cujas prefeituras não criaram, ainda, órgãos de fiscalização.

Outro fator que preocupa a direção do Frotão é que nem todos os pacientes que são atendidos têm o perfil do hospital - especializado em casos politraumatismo e queimados. "O nosso hospital era para atender somente paciente de alta complexidade, mas 80% dos pacientes que atendemos são de média complexidade - estes deveriam ser encaminhados para os Frotinhas", completa.

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