O governador do Estado, Cid Gomes, esteve reunido, na tarde de ontem, com o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), desembargador Nelson Calandra; e com o presidente da Comissão de Segurança do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Teodoro Silva Santos. O objetivo foi discutir o episódio revelado na última sexta-feira pelo Exército, segundo o qual, familiares da desembargadora Sérgia Maria Miranda foram vítimas de agressões físicas e tortura psicológica.
Rigor
O crime ocorreu na casa dos tios-avós da magistrada, localizada no Município de Horizonte (na Região Metropolitana de Fortaleza), e pode ter relação direta com a paralisação dos policiais e bombeiros militares.
A desembargadora Sérgia Miranda foi a autora da medida judicial que determinou o fim da paralisação dos militares, o retorno imediato ao trabalho e a devolução ao Estado das armas e viaturas que estavam na posse dos grevistas.
Sérgia Miranda também determinou a desocupação dos quartéis invadidos e estabeleceu multas em casos de sua decisão ser descumprida. O governador Cid Gomes determinou rigor na apuração do caso e, no fim de semana, visitou os familiares da desembargadora. O presidente da AMB, foi enfático ao falar sobre o episódio. "As pessoas foram atacadas e torturadas de modo brutal. É crime de tortura e, portanto, imprescritível".
Greve
Já a greve dos policiais civis teve prosseguimento, ontem. Os grevistas fizeram panfletagem e um ´sirenaço´ (uso de sirenes) no Centro. O Exército e a Força Nacional de Segurança (FNS) mantêm a segurança em várias delegacias da Capital. Em algumas delas, os militares utilizam bloqueios com arame farpado para impedir a aproximação de manifestantes. O reforço maior é na sede da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Avenida Aguanambi, no Bairro de Fátima; no prédio da Delegacia Geral, no Centro; no Serviço de Verificação de Óbito (SVO), em Messejana; e na Delegacia de Capturas e Polinter (Decap).
Transferência
Ontem, a Polícia Civil deu continuidade à operação de transferência de presos que estavam nas delegacias da RMF para as Casas de Privação Provisória da Liberdade (CPPLs).
A operação está sendo coordenada pelo diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE), delegado Jairo Pequeno. Dos quase 600 presos que estavam nas DPs, 250 estão sendo levados para as unidades prisionais da Grande Fortaleza.
Bispo
O Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpoci), anunciou ter recebido do arcebispo de Fortaleza, Dom José Antônio Tosi; e do Bispo Dom Emanuel Edmilson Cruz, a promessa de que os religiosos tentarão intermediar uma reunião da categoria com o governador Cid Gomes.
Fonte: Diário do Nordeste
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