Duas semanas depois da criação do comitê integrado de combate à seca, passou de onze - no fim de abril - para 56 o número de municípios que decretaram a situação de emergência no Ceará. Também subiu a quantidade de municípios atendidos pela Operação Pipa. De acordo com o Exército, 70 municípios estão sendo cobertos pelos caminhões-pipa. No fim de abril, apenas onze estavam sendo atendidos pela Operação.
A decretação de emergência, com posterior reconhecimento do Governo Federal, é necessária para que sejam enviados os recursos aos municípios. Até ontem, porém, dos 19 processos de cidades cearenses que chegaram à Secretaria Nacional de Defesa Civil, apenas três - Quiterianópolis, Quixeramobim e Tauá – tiveram a situação de emergência reconhecida.
O secretário do Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, explica que no começo do ano houve dificuldades para os municípios decretarem situação de emergência, mas atualmente os processos têm fluído. Ainda segundo Martins, os laudos da Ematerce – com as perdas das safras em cada município – devem ser solicitados pelos municípios. O laudo é elaborado em dez dias, de acordo com o secretário, e é necessário para a liberação do Garantia Safra.
Nelson Martins projeta para até o dia 5 de junho o recebimento das propostas dos editais para construção de 33.400 cisternas de placas. Segundo ele, estão sendo enviados 15 mil toneladas de milho, cuja distribuição será feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Avanços e atrasos
Para o secretário de política agrícola da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Ceará (Fetraece), Luiz Carlos de Lima, apesar dos avanços alcançados com o comitê, os processo ainda são burocráticos. “Operação Pipa é o caso mais grave, o que precisa mais avançar. Em assentamentos de Canindé e Quixadá, há pessoas passando sede porque os carros-pipa não são suficientes”, avalia.
(Jornal O Povo)
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