sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Número de assaltos aumenta 33%

Neste ano, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) já registrou 373 assaltos a ônibus em Fortaleza e Região Metropolitana, até setembro. Os casos representam um aumento de 33% em relação às estatísticas de 2011, com 279 ocorrências. “Um crescimento atípico, sem causas aparentes”, segundo o presidente do Sindiônibus, Dimas Barreira. Por dia, cerca de um milhão de passageiros são transportados por uma frota aproximada de 2.300 veículos, rodando por 20 empresas. Dimas reitera que os riscos existem, mas não há motivos para alarde. “Os números até têm diminuído ano a ano. Às vezes, porém, acontecem picos de maior índice, mas não sabemos identificar causas, não existem fenômenos para que as coisas aconteçam assim”, explica. Um motorista que preferiu não se identificar relata que já perdeu ascontas das vezes que foi assaltado, em diferentes linhas em que já trabalhou. Há 13 anos “no batente”, ele diz que é normal sentir medo, apesar de existirem “linhas mais tranquilas”. Ele trabalha de 15h50 as 23h50. Ao lado de alguns companheiros de profissão, considera o horário o mais perigoso. Não sabe precisar locais mais propensos à abordagem dos assaltantes. Como esclarece, “cada linha tem seu trajeto crítico”. O motorista conta que fica espantado com a ousadia dos ladrões. “Têm uns que sobem, pagam a passagem e vão lá pra frente assaltar”. Estar à frente da responsabilidade de conduzir “tantas vidas”, narra, requer “cabeça fria” para tomar decisões que até vão contra o regulamento da empresa. “A gente sabe, por exemplo, onde ficam as paradas mais perigosas e não nego que às vezes não paro nelas. É errado, mas na hora penso em mim, na vida de todo mundo que estou levando, na minha família”, conta. Dimas enumera ações que, desde 2004, quando a média de assaltos por dia chegou a 4, vêm sendo postas em prática para inibir os fatos. “Começamos com instalações de cofres, depois implantamos o cartão eletrônico – para reduzir a circulação de dinheiro nos coletivos, colocamos câmeras de segurança, iniciamos o rastreamento por GPS, em 2008, e agora contamos com a parceria do CIOPs (Centro Integrado de Operações de Segurança), monitorando a frota o tempo todo. Tudo tem surtido efeito. A média de assaltos, hoje, é de um por dia”, resume. O motorista ouvido por O POVO diz que não pensa em desistir do trabalho. “Não podemos parar. Acho que não é por falta de segurança que acontece, sei lá, boa parte deles são usuários de drogas. Talvez o que tenha mesmo acabado é o respeito pela vida do outro. Acho que foi. E isso dá medo”, acredita. ENTENDA A NOTÍCIA Sindiônibus divulgou ontem estatísticas de assaltos a ônibus em Fortaleza e Região Metropolitana. Os números deste ano já superam os do ano passado. Segundo o presidente do Sindicato, “não há causas aparentes”.

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