sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Carne provém de abate clandestino

Iguatu. Desde de dezembro passado que a carne de bovinos, ovinos e suínos que é vendida no Centro e Abastecimento de Iguatu e em alguns frigoríficos da cidade é oriunda de abate clandestino. A demanda vem sendo atendida por Quixelô que também é alvo de denúncia de abate clandestino de animais. O matadouro de Quixelô atende à demanda de Iguatu. Mas além das instalações precárias também há a denúncia de abate clandestino O novo abatedouro, que tem caráter regional, está concluído, mas a obra ainda não obteve autorização da Agência de Defesa Agropecuária (Adagri) para funcionar. O impasse permanece sem data definida para solução do problema. Diariamente, carros particulares, camionetas e até caminhões de transporte de animais fazem a descarga de peças de carne de bovinos, suínos e ovinos no marcado público local. Geralmente, o produto chega ao fim da tarde. Os animais são abatidos em sítios próximos ao centro urbano e até no leito do Rio Jaguaribe, conforme denúncia de um grupo de vereadores da oposição que nesta semana esteve no Ministério Público Estadual. Os vereadores solicitaram da Promotoria de Justiça que exija do município ações para colocar em funcionamento o novo abatedouro. "A situação é grave porque o abate de animais é clandestino sem nenhuma fiscalização sanitária", disse o vereador Mário Rodrigues. "Ninguém sabe as condições de saúde desses animais e a carne é vendida livremente aos consumidores". Expectativa Havia uma expectativa de inauguração do novo abatedouro em outubro do ano passado. Depois, a data foi adiada para novembro e em seguida para dezembro, mas a falta de cadastro na Adagri e de licença da Semace em nome da empresa que vai administrar a unidade, Agropecuária Lavor, impediram o imediato funcionamento da unidade. Havia uma licença ambiental em nome do município de Iguatu, mas existia também a necessidade de mudança de titularidade para a empresa, que vai administrar o abatedouro. Pendência "Essa questão já foi resolvida, mas ainda há pendência na Adagri para pequenos consertos na estrutura da obra", explicou o empresário, Paulo Régis Lavor. "A Adagri deveria autorizar o funcionamento da unidade que está toda pronta e equipada e nos dá um prazo para concluirmos esses serviços pendentes". O técnico da Secretaria Executiva da Prefeitura de Iguatu, Demir Amorim, também criticou o excesso de exigências da Adagri. "Estamos fazendo de tudo para atender às solicitações, mas achamos que o matadouro já poderia estar funcionando e concluir essas pequenas obras e serviços na estrutura ao longo deste mês", disse. "O município está numa situação difícil". Amorim disse que por enquanto não há como impedir o abate, pois os marchantes do mercado precisam trabalhar para sobreviver. Paulo Régis Lavor acredita, entretanto, que até a próxima terça-feira, o impasse com a Adagri será solucionado. De acordo com o promotor de Justiça, Aureliano Rebouças Júnior, hoje pela manhã, haverá uma visita ao abatedouro em companhia de representantes da Prefeitura, da empresa e de fiscais da Adagri. "Esperamos que o município e a empresa atendam o quanto antes as exigências da Adagri para que o abatedouro funcione de imediato", disse. "Caso contrário teremos que ingressar com uma ação judicial". O representante do MPE espera que ocorra entendimento na visita prevista para hoje, pois também considera grave a venda de carne de moita no mercado público local. A cidade de Iguatu é a maior da região Centro-Sul e diariamente abate em média cerca de 50 animais por dia. No ano passado, o antigo matadouro que apresentava precária condição de funcionamento foi interditado pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace). Transferência Em seguida, o abate foi transferido para a cidade a vizinha cidade de Quixelô. Com a transferência, a situação complicou-se porque a unidade de abate, que é pequena, também estava interditada pela Semace. Na administração anterior, o funcionamento permaneceu irregular o município foi multado. Agora, o secretário de Agricultura, Aíldo Oliveira explicou que a Prefeitura tenta obter licença de operação e estuda a possibilidade de realizar serviço de reforma e se adequar as exigências da Semace e da Adagri ou transferir o abate dos animais para o novo abatedouro de Iguatu. Por enquanto, Quixelô também abate animais de forma clandestina. A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Adagri, mas não obteve resposta sobre as pendências e exigências para o funcionamento do abatedouro. HONÓRIO BARBOSA REPÓRTER

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