segunda-feira, 25 de março de 2013

Manifestantes reivindicam mais segurança pública em Icó

Icó Empresários, vereadores, estudantes, comerciários, servidores públicos e representantes de entidades de classe e clubes de serviço realizaram, ontem, pela manhã, no Centro desta cidade, na região Centro-Sul do Ceará, uma manifestação contra a insegurança pública. Dezenas de lojas fecharam suas portas em adesão ao ato público que reuniu centenas de participantes. O objetivo da mobilização é chamar a atenção das autoridades locais e do governo do Estado. "Basta de tanta violência e assaltos nas lojas e contra moradores e estudantes", disse o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Icó, Gercione Martins. "É preciso ações concretas e permanentes, o aumento do número de viaturas e de policiais". A CDL foi a entidade promotora do ato público. Durante duas horas, a Avenida Nogueira Acioly esteve bloqueada pelos manifestantes. De acordo com os organizadores da manifestação, em dezembro do ano passado e nos dois primeiros meses deste ano, janeiro e fevereiro, o número de assaltos cresceu em ritmo elevado. "Todos os dias ocorriam quatro, cinco assaltos contra lojistas", disse Martins. "Todos nós ficamos apavorados". Os assaltantes costumam agir rápidos. Sempre utilizando moto sem placa, chegam às lojas e anunciam o assalto à mão armada. Conseguem fugir, levando dinheiro, telefones celulares dos comerciantes e clientes. "A gente trabalha com medo", disse a lojista, Luciana Mendes. "A qualquer momento pode entrar um assaltante na loja". Os jovens são outras vítimas comuns dos ladrões. No entorno das escolas e da Faculdade Vale do Salgado, que reúne mais de 1.300 estudantes, os assaltantes aproveitam e, diariamente, roubam celulares e dinheiro dos alunos. "Não tem como reagir", disse a estudante Maria Rita Muniz. "Eles estão armados e geralmente são dois em uma moto". A Câmara Municipal de Icó realizou na semana passada uma audiência pública para debater a crescente onda de violência que atinge os moradores locais. "Em fevereiro passado, foi implantada uma Companhia Militar, mas ainda não houve aumento de efetivo e de viaturas", observou o presidente do Legislativo, vereador Gilberto Barboza. "Sabemos do esforço do delegado e dos policiais militares, mas faltam condições e estrutura de trabalho", lamentou. O vice-presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cléber Colares, lamentou que a maioria dos lojistas não aderiu ao movimento, fechando os seus estabelecimentos por duas horas, conforme solicitado pela CDL. "A população está nas ruas, exigindo do governo segurança e esperamos uma resposta concreta das autoridades", disse Colares. "A Justiça está paralisada porque não há juiz titular há mais de dois anos e os processos se acumulam no fórum". Em decorrência da cobrança da sociedade civil organizada local, nos últimos dez dias, a Polícia prendeu cerca de dez suspeitos de assaltos e de envolvimento com o tráfico de drogas. A reação policial foi positiva. Nesse período, não houve registro de assaltos. "Esperamos que esse trabalho seja intensificado e que permaneça", disse Gercione Martins. "Não podemos voltar à situação anterior". Em Icó, há duas viaturas do Programa de Policiamento Comunitário Ronda do Quarteirão, mas uma está parada, necessitando de conserto, no pátio da Companhia Militar da cidade. A prática de assaltos é comum em cidades do Interior. Na região Centro-Sul, há registro de casos todos os dias, mas a maioria das vítimas que sofre perda de celular e de dinheiro não registra queixa. Para o defensor público, Emanuel Morais, o problema é complexo e envolve um ciclo vicioso que coloca os jovens na marginalidade. "Os assaltantes que agem são jovens, que encontram vítimas fáceis, e que estão envolvidos com drogas", disse. "Há de se refletir porque isso vem ocorrendo". O delegado regional de Icó, Marcos Sandro Nazaré, estava de folga, ontem, e o delegado plantonista, Inácio Torres Neto, preferiu não comentar sobre a manifestação pública. O comandante da 2ª Companhia de Polícia Militar, major Francisco de Assis Magalhães Neto, estava participando de reunião em Fortaleza.

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