domingo, 6 de abril de 2014

José Wilker queria fazer uma peça sobre sua infância em Juazeiro do Norte

osé Wilker, 66, morto na manhã deste sábado (5), teve uma vida ligada à arte desde muito cedo. Na cidade cearense de Juazeiro do Norte, onde nasceu, as lembranças são de um menino que desde a infância demonstrava talento em interpretações artísticas e gosto pela literatura. E são essas memórias da infância em uma cidade famosa por ser berço do líder religioso Padre Cícero (1844-1944) que José Wilker queria ver traduzido para os palcos do teatro, segundo o juiz aposentado Sávio Leite Pereira, 70, amigo de infância do artista. Ainda abalado com a morte repentina do ator – disse ter recebido a informação em consultório médico, quando fazia exames de rotina -, Pereira conta do antigo sonho que Wilker não chegou a pôr em prática. “No último encontro que tivemos (em 2002), ele me contou que queria fazer uma peça sobre sua infância em Juazeiro do Norte. Contar a história mística e religiosa da cidade. José Wilker não poderia ter morrido sem realizar esse projeto. É uma pena”, disse, emocionado. Os amigos estudaram e cresceram juntos, até serem separados pela distância O juiz aposentado conviveu com o ator desde quando Wilker tinha 6 anos. Na época ambos estudavam juntos no colégio Salesiano, onde, segundo Pereira, se tornaram melhores amigos nos anos seguintes. Ele se recorda de dois episódios em que Juazeiro do Norte ficou espantada com o talento de Wilker. “Quando ele tinha 11 anos, declamou uma poesia de Castro Alves com tamanha veemência que nem parecia um menino recitando”, conta o juiz. Um ano depois, nova surpresa. “Ele interpretou uma peça religiosa no colégio e virou comentário na cidade. As pessoas no outro dia só falavam: ´Você viu como Wilker é bom artista?´ Eu também participei desta peça, mas era apenas um ator medíocre”, relembra. Em 1959, veio a distância entre os dois. Com o término do ginásio, Wilker se mudou para Recife para ficar junto dos pais (ele vivia em Juazeiro do Norte com as tias). Pereira foi para Fortaleza, onde se formaria em Direito. Pereira seguiu admirando o amigo de infância à distância, pelas novelas e filmes. Os dois se reencontraram em 2002, após Pereira participar de um quadro “Arquivo Confidencial” do programa Domingão do Faustão (da TV Globo). “Engraçado que depois de tanto tempo longe, parecíamos os mesmos amigos dos tempos de esconde-esconde e do Clube da Juventude”. Fonte: Diário do Nordeste

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