quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Temer nomeado após pressão
Nota da assessoria de Dilma diz que 30 nomes da equipe de transição foram encaminhados ao presidente Lula
Brasília. Depois de pressão do PMDB, o vice-presidente eleito Michel Temer (PMDB) foi indicado na tarde de ontem pela presidente eleita Dilma Rousseff para coordenar a equipe de transição que começará seus trabalhos, oficialmente, na próxima segunda-feira.
Na segunda, primeiro dia após o resultado da eleição, Dilma havia se reunido com os seus coordenadores petistas, tendo definido que a coordenação política da transição caberia ao presidente do partido, José Eduardo Dutra, e a transição técnica ao ex-ministro Antonio Palocci.
Os dois nomes permanecem com as mesmas funções, mas estarão subordinados, pelo menos no papel, a Temer. A medida tem o objetivo de conter insatisfação no PMDB, o maior dos dez partidos oficialmente aliados em torno de Dilma.
A nota divulgada pela assessoria de Dilma diz que cerca de 30 nomes da equipe de transição foram encaminhadas ao presidente Lula. "Na oportunidade, esclarece que a coordenação política dessa equipe será feita pelo vice-presidente eleito Michel Temer, pelo coordenador geral da campanha, José Eduardo Dutra, e pelos deputados federais Antonio Palocci e José Eduardo Cardozo".
Cardozo atuará tanto na área política quanto técnica. Dutra falou com os jornalistas após deixar a casa de Dilma, no Lago Sul, região nobre de Brasília. Ele fez questão de ressaltar que a equipe de transição terá uma função técnica, que não tratará de indicação de nomes para o ministério. Ele reafirmou que caberá a ele, Dutra, recolher as sugestões com os partidos, a partir da próxima semana, e levá-las para Dilma. O petista negou que a indicação de Temer seja fruto de pressão do PMDB.
Dutra se reuniu ainda na noite de ontem com o PMDB, na casa de Temer. Além da composição do novo governo, será discutida a eleição para a Presidência da Câmara, cadeira disputada pelo PT e o PMDB.
Dilma permaneceu durante o dia em sua casa. Ele se reuniu pela manhã e em parte da tarde com Dutra, Cardozo e Palocci. Segundo Dutra, ela falou por telefone com mais líderes de Estado, entre eles Angela Merkel (Alemanhã) e José Luis Zapatero (Espanha).
DESAVENÇAS
Petistas negam a existência de descontentamento do PMDB
Brasília. O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, e o secretário-geral do partido, deputado José Eduardo Cardozo (SP), negaram ontem qualquer descontentamento de alguns partidos da base aliada, como o PMDB, sobre o começo do processo de transição do governo. Dutra destacou que a equipe de transição não refletirá a formação do governo, e será "eminentemente técnica".
"Desconheço esta insatisfação até porque ontem (segunda-feira), logo que terminou a conversa com a presidente, quando ela me encarregou de iniciar contatos com vários partidos, conversei com o vice-presidente Michel Temer e já naquela ocasião marquei um reunião para hoje com o PMDB e com ele e não ouvi nenhuma manifestação de insatisfação," afirmou o presidente do PT.
"Este primeiro trabalho de transição não diz respeito a qualquer questão relativa a formação de governo. A transição é eminentemente técnica," completou o petista.
"Esse é um trabalho técnico, que naturalmente tem uma supervisão política formada por essas pessoas. A questão da composição de governo está sendo feita através de conversas minhas com os diversos partidos, e que depois quem irá definir essa questão será a presidente da República", declarou.
Dutra negou ainda que o nome de Michel Temer como um dos quatro coordenadores da transição, junto com Dutra, e os deputados petistas por São Paulo Antonio Palocci e José Eduardo Cardozo, tenha sido incluído por reclamações do PMDB.
Ele confirmou também o jantar na noite de ontem com a legenda, mas afirmou que o encontro não seria para discutir nomes para o futuro governo.
Dutra vai conversar com 10 partidos da base e mais o PP e setores do PTB que apoiaram a candidatura petista.
Ele pretende apresentar um panorama sobre sugestões e demandas dos aliados quando Dilma retornar de sua viagem com Lula ao G-20.
"Nessas conversas com os diversos partidos não vai se definir qualquer questão relativa a ministérios. O objetivo dessas conversas é fazer um relato para a presidente de como os diversos partidos estão vendo a questão do governo, que não passa apenas pela formação do governo, passa por prioridades do início do governo, questões políticas e estratégicas", relatou o presidente do PT.
Minimizou
O deputado federal José Eduardo Cardozo, por sua vez, minimizou o fato de apenas petistas terem participado na véspera da primeira reunião da presidente eleita com a equipe de transição.
"A reunião de ontem (segunda-feira) foi informal, um balanço geral, uma conversa livre. Desconheço qualquer coisa assim (descontentamento de partidos", afirmou Cardozo pouco antes de participar de uma nova reunião ontem na residência de Dilma, em Brasília
O fato é que a disputa até então equilibrada entre o PT e o PMDB pelos cargos-chave na Caixa Econômica Federal - instituição que executa os programas sociais do governo e, em especial, o Minha Casa Minha Vida -, Banco do Brasil, e Petrobras já começa a se acirrar
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