terça-feira, 21 de janeiro de 2014

ATÉ MARÇO Chuvas no semiárido devem ser dentro da ´normalidade´

É o que prevê o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) para o semiárido brasileiro As chuvas do início do ano deixaram esperançosos os nordestinos, que sofrem com uma das piores secas da história. Preocupados com a situação estarrecedora, muitos aguardam, ansiosos, a previsão para a quadra chuvosa de 2014, que vai de fevereiro a maio. A perspectiva do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) é animadora. O fato de estar chovendo no Ceará não significa que o Estado terá uma quadra chuvosa boa ou ruim, já que o período atual é classificado como "pré-estação chuvosa". A previsão para o período até abril será divulgada hoje FOTO: NATINHO RODRIGUES A previsão para o semiárido brasileiro entre os meses de janeiro e março indica maior probabilidade de ocorrência de chuva dentro da faixa do normal, considerando uma distribuição de probabilidade de 25%, 40% e 35% de ocorrência de precipitação nas categorias acima, normal e abaixo da normal climatológica, respectivamente. A previsão climática do Centro para o primeiro trimestre de 2014 também indicou um padrão de temperatura dentro da normal climatológica para todo o semiárido nordestino. Os profetas da chuva também estão otimistas. Apesar de preverem que as chuvas deverão demorar a chegar no Interior, eles garantem que este ano haverá uma boa quadra chuvosa. No tradicional Encontro dos Profetas da Chuva, realizado no último dia 11, em Quixadá, 14 dos 28 participantes, além de outros oito observadores, apontaram previsão favorável superior à 80%. Já o prognóstico da Fundação Cearense de meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) será anunciado hoje com a previsão climática para os meses de fevereiro a abril. A divulgação encerra o XVI Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semiárido Nordestino. O órgão ressalta que busca diminuir as subjetividades que possam influenciar no resultado da previsão, reforçando a importância das análises técnicas e dos modelos atmosféricos nas avaliações. "Desde o ano passado, temos no Ceará um modelo global que simula a atmosfera do planeta todo. Também acessamos as informações de vários outros modelos de instituições parceiras do Brasil e de outros países. Nossa meta é fazer uma previsão objetiva com esses dados, evitando a interferência da subjetividade do ser humano. Ao mesmo tempo, o sistema proporciona uma maneira de evitar que aspectos externos influenciem o sistema (diante de um quadro crítico de seca, por exemplo, alguns profissionais sentem-se tentado a dar uma mensagem de esperança. Este não é o nosso papel)", diz Eduardo Sávio Martins, presidente da Funceme. Depois do Workshop, a Funceme permanecerá monitorando e avaliando as condições dos oceanos e da atmosfera. "O prognóstico não é definitivo. Faremos nova reunião no fim de fevereiro para emitirmos uma previsão atualizada que mostrará a tendência das precipitações até maio, último mês da quadra chuvosa. Se percebermos que os sinais desse outro período estão diferentes, a nova previsão será divulgada contemplando essas mudanças", complementa. Pré-estação Leandro Valente, meteorologista da Funceme, explica que, para chegar ao prognóstico, o órgão, juntamente com outros centros nacional e internacionais, usou dados oceânicos e atmosféricos para avaliar como tende a ser as chuvas nos próximos três meses. O especialista salienta que o fato de estar chovendo no Ceará não significa uma quadra chuvosa boa ou ruim. "Estamos no período de pré-estação chuvosa. Em janeiro, o principal sistema que atua no Estado, que gera chuvas de forma mais frequente, são os vórtices ciclônicos de altos níveis. Esse sistema costuma atuar em dezembro e em janeiro. Já na quadra chuvosa, que abrange de fevereiro a maio, o sistema que atua é a Zona de Convergência Intertropical", ressalta. Por isso, as chuvas de janeiro não podem ser utilizadas como indicador da quadra chuvosa, uma vez que existem dois sistemas diferentes atuando nesse período. Luana Lima REPÓRTER

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